terça-feira, 28 de maio de 2013

Capítulo 28: Trabalho na Irlanda...

"A maior recompensa do nosso trabalho não é o que nos pagam por ele, mas aquilo em que ele nos transforma"

John Ruskin 

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Uma das perguntas que mais ouço das pessoas desde que vim para cá é:

- Mas cara, porque você é tão chato?

E a outra, e importante para esse post, é:

- Já está trabalho por aí, Thiagão?


Lembro que quando sai do Brasil o meu discurso era o seguinte: "Primeiro mês vou morar em casa de família e procurar tentar me adaptar, regularizar a minha situação e achar uma casa para morar. Mas a partir do segundo mês já começo a procurar um trabalho e lá pelo terceiro ou quarto mês estarei empregado e feliz". 

Com exceção da parte do trabalho, o resto tudo correu bem até agora. E assumo, não achei que teria tanta dificuldade em achar algo aqui como nesta época. Cheguei a me questionar se não era que estava fazendo algo errado, não me empenhando o suficiente, ou seja lá o que for. Mas, ao analisar a situação das pessoas e conversar com elas, percebi que este é um problema geral. Não é à toa que alguns (vários) amigos aqui que não acharam emprego já retornaram ou estão retornando para o Brasil nas próximas semanas. Infelizmente.

Trabalhos antes feitos por estrangeiros, os famosos sub-empregos, estão cada vez mais sendo feitos por eles mesmos, e a preferência para entrevistas sempre são dadas aos irlandeses (lógico, nada mais justo!), aos europeus, e depois aos demais países do mundo. 

Ouço muita gente daqui me perguntar porque eu ainda estou aqui, sendo que o Brasil, em relação a emprego, está em uma boa fase atualmente. A viagem é maior do que isto, mas com certeza, sendo práticos, o emprego é o que me dá o ganha-pão.

"A Irlanda foi um dos primeiros países europeus a sofrer o impacto da crise econômica na Europa, isso lá para meados de 2007, quase 2008. Mas foi em 2008 que a coisa ficou feia e a ilha da Esmeralda perdeu os dentes. De lá para cá, a coisa só piorou. Muitos irlandeses perderam seus empregos, o país cortou gastos e benefícios de todos os lados e é muito comum encontrar irlandês reclamão por aí dizendo que agora tudo está ruim, que o país está quebrado e que ele sente falta do tempo das vacas gordas. Fora isso, MUITOS deles imigraram para outros países. Mas assim, muitos mesmos. 


A quantidade de irlandeses que deixaram a Irlanda de 2008 para cá é assustadora. Segundo essa matéria (velha) do Irish Times, foram mais de 46,500! Acredito que agora o número seja bem maior. Os principais países que os recebem são: Austrália, Nova Zelândia, USA, Canadá e também, Reino Unido.

Os irlandeses está indo embora porque acreditam que aqui não está bom, fazendo isso, eles deixam espaço em seu país para que gente do mundo todo venha para cá, porque seus respectivos países também não estão em um bom momento. Aquele ciclo vicioso de 'a grama do vizinho é sempre mais verde do que a minha'. 

Por outro lado, desde 2012 a Irlanda tem conseguido respirar um pouco melhor e aos poucos, vem saindo da crise. 2013, é um ano de grande promessa para economia irlandesa e pro povo irlandês. Acreditando que, de fato, o melhor está por vir, o governo irlandês resolveu chamar de volta os irish que imigraram. Em 2013 foi lançada em toda a Irlanda o programa The Gathering Ireland 2013. Que nada mais é do que um convite para quem foi embora voltar e uma promessa de boas-vindas muito boa. 

O Gathering também faz parte de um enredo maior, que inclui a participação efetiva da Irlanda na Presidência da Comissão Européia durante o primeiro semestre de 2013".

Se você está pensando em vir para a Irlanda, é legal saber destas informações para não se assustar por aqui. Intercâmbio como eu disse é mais do que trabalho, e dependendo do seu objetivo o trabalho nem será tão importante. Mas, se você tem o mesmo objetivo que o meu, motivação, empenho e paciência (re)dobradas! 


Antes de concluir, quero dar os devidos créditos a parte que coloquei entre aspas neste post, concedida (sob a sua permissão), ao Rick, do Blog Livin' La Vida... Rick!. Outro aventureiro, que tem um blog sensacional, cheio de informações sobre o intercâmbio e de sua experiência pelo velho mundo. O link já está relacionado aqui do lado, mas vale o clique. Valeu, Man! 

Thiago "Tôca"Santos

quinta-feira, 23 de maio de 2013

Capítulo 27: Por que eu levantei da cama?

Lei de Murphy é um adágio ou epigrama da cultura ocidental que normalmente é citada como: "Qualquer coisa que possa correr mal, então vai correr mal". Ela é comumente citada (ou abreviada) por: "Se algo pode dar errado, dará".

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Situação Esperada / O que era para acontecer:

- Pegar um trem de Hannover para Colônia na Alemanha às 08h31.

- Chegar em Colônia as 11h08 e pegar um trem para Bruxelas às 11h42.

- Chegar em Bruxelas às 13h30, almoçar, dar uma volta no centro, pegar um ônibus para o aeroporto e às 17h05 entrar na sala de embarque para esperar o meu voo até Dublin, com chegada prevista para 19h30 (segundo a Ryanair).


Situação Real / O que de fato aconteceu:

- Pegamos (eu e meu irmão) um trem errado para Colônia, porém com o mesmo destino (ufa!). Trem cheio, não tinha lugar para sentar (zica!). Por sorte desceram algumas pessoas em uma estação e achamos um lugar (ufa de novo!).

- Chegamos em uma estação que precisávamos ir para a Plataforma 6. De 1 a 5 era a direita e de 7 a 12 à esquerda. Cadê a Plataforma 6? Não existia ali, apenas em uma Estação do lado, a qual o nosso trem sairia em 7 minutos.

- Após correria, empurra-empurra, papéis voando e calça caindo, chegamos na Plataforma a tempo (ufa, por pouco). Mas pera aí, o trem para Bruxelas está atrasado 55 minutos. Oba! Oi? Mudou? 80 minutos? Putz, que bacana. Pisou na m..., abre os dedos. Certo?

- Saímos de Colônia - mais do que atrasados - e fomos rumo a Bruxelas. Relaxados novamente, tudo estava se encaminhando. Talvez até um pouco de exagero meu até aqui. Sim, até aqui.

- Porque uma voz saindo do audio-falante nos informa que precisaríamos trocar de trem na próxima estação. Ah sim. Isso foi o que uma senhora me traduziu, porque era tudo em alemão, o que é facilita a compreensão, não? Ahãm.

- Pegamos o trem mais devagar do universo, e chegando em Bruxelas tinha apenas 10 minutos para pegar um trem para ir para o Aeroporto. Tudo sob controle novamente, me despeço do meu irmão (que voltaria ao Brasil via Amsterdam) e eu seguiria viagem rumo à Dublin.

- O trem que supostamente me levaria ao Aeroporto é cancelado 5 minutos antes de sua chegada. Mas que SORTE! Corro pra lá, corro pra cá, descubro outro trem em 15 minutos. O suor já começa a aparecer na testa e a cara de pavor começa a ganhar forma.

- Dentro do trem, à caminho do aeroporto, começo a rir da situação e,  agora com tempo, imaginar que poderia ter perdido o voo dado todos os acontecimentos do dia. Imagina só? Eis que uma funcionária me avisa: Próxima estação, aeroporto. Agradeço e confiro a passagem e o passaporte.

- Salto na próxima estação, e não vejo aeroporto nenhum. Ela me informou errado, e nessa eu perdi o meu trem. Ah sim, e o voo também. Porque nessas alturas, o avião já ligava os motores.

- Chego no aeroporto e vejo que o meu avião decolou a 15 minutos. Tento trocar a passagem e o guichê está fechado. Vou em uma máquina para emitir novo bilhete, e a máquina só aceita moedas. Para minha sorte, não tinha moedas no bolso. Tamô junto, Murphy! Sempre!

- Volto para o centro da cidade, e graças a minha namorada consigo emitir um novo bilhete para voltar no dia seguinte. Agora só um problema, já dei tchau pro meu irmão, onde passarei a noite? Estação de trem de novo? Não, é muito luxo. Só se for passando frio que nem dá última vez, aí sim.

- A caminho da estação, vejo um sujeito tirando fotos. Reconheço a cara, parece familiar. E não que era meu irmão? UFA. Depois de tanta coisa ruim, sabia que as coisas começariam a melhorar. Demos risada de novo. Até eu chegar na estação de trem na madrugada.

- O trem que me fora prometido às 04h15 da manhã estava com problemas e o próximo seria às 05h45, horário que supostamente eu deveria estar dentro do avião. Corro e pego um taxi até um ponto de ônibus que me levaria até o aeroporto. No fim, entre mortos e feridos, eu me salvei. E meu irmão também.

Porém, o mais legal de tudo, é ECONOMIZAR a viagem inteira, contando as moedas para não gastar muito, e no final ter uma surpresa como essa e um rombo na conta do banco não prevista e nada agradável.

Feliz dia do amigo, Murphy.


Thiago "Tôca" Santos

terça-feira, 21 de maio de 2013

quinta-feira, 16 de maio de 2013

Capítulo 25: Londres - O meio.

No início de 2013 a Warner Bros em Londres abriu as portas de seus estúdios para as pessoas poderem visitar o Set de Filmagem do(s) filme(s) da série Harry Potter. E, eu e o meu irmão Nuno fomos conferir isso quando passamos por lá.

Independente se você gosta do filme ou não, vale muito a pena entender como é o famoso "Por Trás da Câmeras", equipe de produção, desenho, arte visual, direção, roteiro, efeitos especiais, etc.

Se você tiver interesse em visitar, a compra tem que ser efetuada online neste endereço eletrônico aqui.

Segue abaixo um vídeo que fiz do passeio:

quinta-feira, 9 de maio de 2013

Capítulo 24: Londres - O início

"Quem está cansado de Londres, está cansado da vida; há em Londres tudo o que a vida pode proporcionar."

Samuel Johnson

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E eis que chegou o dia de conhecer a Terra da Rainha. E foi sensacional! 

O legal é que, por termos crescido ouvindo falar dessa cidade, seja nos noticiários, filmes, viagens de conhecidos, fotos, etc., parece que quando chegamos lá nós já conhecemos o lugar. E a primeira vista o Parlamento (Big Bang é o nome do sino dentro da torre), parece menor. Mas com o passar dos dias ele vai crescendo de tamanho. E sim, ela é o símbolo de Londres. Você sente que chegou em Londres ao avista-la e tirar a tradicional foto do outro lado do Rio Tamisa enquadrando-a ao fundo.


É incrível o tanto de cultura e história que a cidade proporciona. Um dos primeiros lugares que fui com o meu irmão (Nuno) foi a Abadia de Westminster, local de coroação do Monarca do Reino Unidos, casamentos de reis, rainhas, principes e túmulo de muita gente famosa, como Charles Darwin e Isaac Newton. Cada espaço, construção, tudo arquiteturalmente planejado. 

Uma cidade que consegue ser grande e pequena ao mesmo tempo, e também seguir o estilo tradicional, mas dar espaço ao novo, ao moderno. Se bem que eu ainda prefiro a parte tradicional. A Tower Bridge, com seu estilo antigo e símbolo das Olimpíadas de 2012 não me deixa mentir. 


Lembro que em 1997 meu irmão (Nando) foi para Londres e, quando voltou me mostrou algumas fotos do Museu Madame Tussauds e contou como ele era. Talvez por ser criança, fiquei impressionado e, quem sabe no fundo, eu acreditei que estando do lado do boneco de cera você poderia estar mais perto das pessoas ali lapidadas. E isso sempre esteve comigo, como um sonho mesmo de querer conhecer o local. E, no momento em que pisei lá dentro toda essa emoção veio à tona. Pode não ser o museu mais legal do mundo, ou você pode até não gostar dele, mas para mim tinha algo especial. E superou todas as minhas expectativas. Mais de três horas procurando aproveitar cada detalhe.


Outro local muito bacana foi The Making Of Harry Potter. Inclusive, em um dos capítulos aqui referentes a Londres (3 no total), um será dirigido ao tema Harry Potter e ao estúdio da Warner Bros. Independente se você gosta do filme ou não, visitar os estúdios de uma super produção do cinema,  ver os cenários, entender o famoso "por trás das câmeras", é algo sensacional. Pode ser pelo fato de eu ser fissurado por como a magia das coisas é feita (propagandas, filmes, séries), não sei, mas fiz um vídeo e após edita-lo postarei aqui para vocês assistirem. 

Tudo o que nos programamos a fazer foi sucesso. Principais pontos turísticos da cidade, parques, bairros conhecidos, troca da guarda no Palácio de Buckingham e a famosa esquina Abbey Road na qual os Beatles eternizaram em seu disco na década de 70. Divertido demais tirar foto com o pessoal lá, e ouvir os locais buzinando, impacientes em seus carros, por terem que aturar os turistas diariamente em sua cidade.


Inclusive, esse é outro ponto interessante, nunca vi uma cidade com tanto turista de diferentes partes do mundo em todos os lugares. Entendo os residentes de Londres serem estressados com isso, ou sem paciência. Tudo sempre cheio, fila, trânsito, pessoas. Putz... De duas uma, ou eles foram super educados, ou eles foram extremamente rudes. Não existe meio termo para os ingleses. 

Fechamos a viagem com uma tour pela London Eye - detalhes sobre essa atração eu deixarei no vídeo que postarei. Uma bonita maneira de fechar a viagem, tendo uma vista absurda de toda cidade. Como diria meu irmão (Malco), espírito Força e Honra (Gladiador). 


Uma última coisa, que todos falam, mas que agora é a minha vez. Está pensando em ir pra Londres? Show de bola. Comece a economizar agora. Sim, agora. Ô cidade cara... setáloko! Mas que vale a pena, ah se vale... 

Thiago "Tôca" Santos

quarta-feira, 1 de maio de 2013

Capítulo 23: O começo do fim?

"Se você quer ser bem sucedido, precisa ter dedicação total, buscar seu último limite e dar o melhor de si."

Ayrton Senna

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E eis que chega ao fim o meu curso de inglês de seis meses aqui em Dublin. Mais uma etapa cumprida. Fé em Deus, Fé na Vida. Obrigado, Senhor!


Quem me conhece sabe que sempre desejei morar fora, mas mais do que isso, sempre desejei morar fora por um período grande, não apenas um ou dois meses. Não desmereço quem fez isso, pelo contrário, quem tem a chance de morar fora que seja o tempo que for, sempre será muito enriquecedor, mas era um coisa mais minha mesmo. 

Quando fechei o curso por seis meses para estudar inglês e ganhei os outros seis meses para poder trabalhar e permanecer no país legalmente, foi o primeiro passo de uma conquista que teria um sabor muito bacana de ser desfrutado.

Estudei na Atlas Language School, e apesar de não estar ganhando pela propaganda - infelizmente - foi uma baita escola. Acredito que Dublin deva ter suas exceções, óbvio, mas a maioria das escolas que ouço falar são boas, e o velho ditado (antes já citado neste blog) é a mais pura verdade: "Não é a escola que faz o aluno, mas o aluno que faz a escola". Cabe a você estudar, se dedicar e buscar o seu melhor.


Cheguei no nível macarrônico de conversação, mas com uma base no Brasil de leitura, escrita e escuta. Me colocaram no nível intermediário. No começo achei um pouco puxado, mas me esforçando consegui após seis meses finalizar o curso no nível pré-avançado, e bem feliz com este acontecimento. Lógico que tenho muito o que aprender, a conversação trava, o vocabulário falta e a fluência manda lembranças. Mas aos poucos a gente vai ao longe. E eu não tenho pressa. 

A escola mandou muito bem no ensino, na qualidade dos professores, no suporte tanto em questões educacionais como de entretenimento, e me fez conhecer gente muito bacana do mundo inteiro. Estudo muito rico em diversos sentidos. 

Grato sou por ter essa oportunidade e este privilégio. Agradeço diariamente por isso a Deus, e procuro fazer tudo valer a pena.


Obrigado à todos que me deram apoio, que estão felizes por mais esta conquista na viagem e que estão acompanhando este blog. 

Próximo capítulo: Londres. Aguardem! 

Thiago "Tôca" Santos