"Fortuna, fama, tudo podes perder, mas a felicidade do coração, ainda que por vezes esteja obscurecida, torna a vir enquanto viveres. Enquanto puderes erguer os olhos para o céu, sem medo, saberás que tem o coração puro e isto significa felicidade"
Anne Frank
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Acabou que o tempo passou e eu fiquei devendo um capítulo referente à Hannover, na Alemanha. Por ironia do destino, e por uma mancada gigante de uma pessoa (há males que vem para o bem), eu e o meu irmão acabamos as pressas visitando nossos familiares e amigos neste cidade na Alemanha, logo após Londres. Passamos cinco dias por lá e eu posso falar agora que pela primeira vez na minha vida senti algo diferente, senti realmente estar no primeiro mundo, senti o que é pisar na terra do chucrute. Calma, sem malícia com esse "sentir" e com o "chucrute" pessoal.
Primeiramente (não usarei segundamente depois) quero deixar aqui mais uma vez registrado o meu muito obrigado à todos na Alemanha, que mais do que parentes, são reais amigos. Mostraram toda cordialidade, atenção e receptividade possíveis as quais, como disse aos meus pais, terei sempre comigo na lembrança e espero poder usá-las como exemplos quando for o anfitrião futuramente.
Pronto, se você está lendo até aqui, você já passou da parte "não me interessa", caro leitor. Mas para mim era importante. Enfim, vamos a cidade propriamente dita.
Hannover é a capital e a maior cidade do estado alemão da Baixa Saxônia, está localizada nas margens do Rio Leine e é a cidade que apresenta a maior área de exposições e feiras no mundo.
Sempre ouvi falar que cidades ou países que já passaram por guerras e se reergueram das mesmas têm um clima diferente e uma força de união exemplares. E eu pude perceber isso em Hannover. Nunca antes na história da minha vida havia estado em uma cidade que fora completamente destruída por uma guerra, ainda mais a Segunda Guerra Mundial. É incrível você pensar isso, afinal parando para analisar a História do mundo, a última grande guerra é recente e ainda estudamos e vemos muitos vestígios deixados por esta. No centro da cidade está localizada a Prefeitura, e além de proporcionar uma vista absurdamente fantástica da cidade, na parte inferior existem quatro gigantes maquetes que apresentam Hannover pré-guerra, durante a guerra, pós guerra e atualmente, com sua modernidade. Belo trabalho, que valeu ter sido apreciado. Perto desta Prefeitura, existe também uma famosa igreja que foi mantida com o resultado causado pela guerra, sendo ponto de visitação por parte dos turistas, e acredito eu, ponto de memória dos cidadãos locais.
Tive o privilégio de, pela primeira vez também, visitar um campo de concentração. E, caso você ainda não tenha visitado, a atmosfera é indescritível. Um silêncio barulhento. Um silêncio doído. Um silêncio de vergonha pela história. E, para completar o ciclo de visitas da Anne Frank - pois estive em Amsterdam no Anexo que a família permaneceu por dois anos - este campo de concentração, de nome "Bergen-Belsen", foi o local que ela e sua irmã Margot Frank morreram em 1945.
Me referi a Alemanha como primeiro mundo porque lá você não vê papel na rua, ninguém atravessa no semáforo vermelho (comprovei isso!), todos falam no mínimo três línguas desde o berço, atenciosos, povo que paga por impostos mas vê o resultado no dia a dia, além de muito mais. Não é à toa que eles estão um passo a frente dos demais países na Europa. E isso que não fui a outros lugares, como Berlin, Frankfurt, etc.
Ah, também teve um detalhe interessante. Na Alemanha a terceira faixa dos carros na estrada na teoria tem um limite de velocidade, mas na prática não. Ou seja, 160 a 190 km/h é relativamente normal. Imagina o cagaço cuidado que eu não estava olhando no velocímetro a cada dois minutos?
Para completar, eu e o meu irmão tivemos a honra de conhecer a cidade a qual se originou a Família Heine, tendo contato com primos, parentes e amigos de nossos avós e pais. Até a casa que meu bisavô construiu estava lá. Inclusive na foto abaixo você observa meu irmão Nuno já de olho na herança, lógico...
Mais um país e mais uma cidade que entram para o currículo desta viagem, além de muito aprendizado.
Thiago "Heine" Santos