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Cara, eu já falei que as pessoas aqui em Dublin não almoçam? Cara, as pessoas aqui não almoçam!
Meu amigo Gabriel no Brasil já havia me alertado quanto a isso, mas eu assumo que não levei muito a sério, e pensei: "pode ser que a minha experiência seja diferente". Não, não é.
Assim que cheguei na Host Family, a mãe da família me mostrou a casa, me orientou quanto as regras desta e me deixou à vontade para desfazer minha mala. Como estava mais de 24 horas nesta brincadeira de aeroporto, e fuso-horário, estava com muita fome. Até que ela falou:
- Thiago (ou quase isso), preparei um almoço para você.
Nessa! Eu desci as escadas da casa, sentindo o cheiro daquele frango, aquela batata-assando, um peixe-frito, uma salada de entrada (essa parte é mentira), e uma fatia de bolo de sobremesa. Quando cheguei, o que encontrei foi exatamente isso:
Pão seco, chocolate digestivo e água.
Sim, esse foi meu ALMOÇO por um mês. É engraçado, mas como disse meu irmão: "Nos países que conheci na Europa o povo faz uma escassez de comida inexplicável, eles comem muito pouco". E, do pouco que vivi até agora, concordo totalmente.
O almoço sempre foi a refeição mais importante do dia para mim, apesar de já ter ouvido que a refeição que deveria ser mais importante seria o café-da-manhã. Entretanto a preguiça de preparar algo cedo, ainda com forte desejo de retornar e abraçar novamente a minha cama, é mais forte do que eu.
Engraçado como vivenciar uma nova fase nos faz perceber e dar-nos por sentir falta de pequenas coisas que tínhamos no dia a dia. Seja um prato de comida, seja um lanche na parte da tarde, um chocolate aqui, um biscoito depois, ou até mesmo uma sopa antes da janta em dias frios. Quando passamos a nos virar sozinhos, e a controlar o dinheiro que temos, valorizamos e muito tudo isso, além de percebermos o quão trabalhoso é se dar ao trabalho de fazer mercado, pensarmos no que vamos comer (todo santo dia) e prepararmos as nossas refeições, com o dia cheio de outros afazeres.
E, o mais interessante era que, apesar de parecer "pouco" este meu almoço, eu era o único da casa que comia nesta hora. Eles simplesmente, não comem, ou se comem, é apenas um sanduíche. Talvez por isso explique a janta deles às 17h45. Certo?
Aí você me pergunta:
- Mas Thiago, me fala uma coisa, é verdade que eles comem muita batata por aí?
E eu respondo:
- Mais de 25% do meu corpo atualmente é batata. Tudo bem que eu gosto, mas não precisa partir para ignorância.
E quer saber o pior disso tudo? Sou eu na cozinha agora. Sim, agora que me mudei e a mágica da comida pronta na panela acabou, estou virando profissional na arte da culinária. Ovo frito, omelete, ovo mexido, miojo e sopa, são minhas especialidades!
Para um bom entendedor, após este post, se eu lhe convidar para uma refeição aqui em casa, pode trazer o panfleto da pizzaria que você mais gosta. Combinado?
Bon Appetit
Thiago "Tôca" Santos
Estou com o palpite de que o nosso filho psicólogo, devido as circunstâncias vividas em solo irlandês, ainda vai se transformar num ótimo economista e também num "gran chef di cuisine" (Não sei se essa expressão está corretamente escrita, mas, . . . deu para entender, não é Thiagão?!!!! . . . rs.rs.) Bjs. e parabéns pelo texto.
ResponderExcluirhahaha! Imagina você sem o pratão pronto do almoço! Mas isso é MUITO bom pois, como você mesmo disse, te ajuda a valorizar as pequenas delícias da vida e te torna mais independente. Eu não teria o menor problema em me adaptar na Europa. Aliás, gostei do esquema deles! Por isso que não são gordos... Essa semana mesmo, eu poderia ter almoçado num "Kilo", mas preferi sanduíche de queijo e suco... O que eu sinto falta em férias são coisas como pão de queijo e suco de laranja.... hehehe! Beijão!
ResponderExcluirKkkkkk! Poxa Tôca, chego agora do mercado onde ví aquele pãozinho de mel e lembrei que fiquei te devendo a costelinha de porco e a cebola do outback... Como conheço BEM a tua fome, tenho certeza que esta parte do não ter almoço é a pior parte da tua adaptação ai. rsrrsr Bjs (Prometo que faço muitos almoços qdo vc voltar!!)
ResponderExcluirCaraca, meu!!!! kkkk. Se eu comer só batata volto do Canadá 10 quilos mais gorda!!!!
ResponderExcluirAmei o blog!!!!
Parabéns!!!!
Pai, mais do que bem entendida! Você como sempre, um poliglota! Tenha certeza que tudo o que estou vivendo e aprendendo aqui, a base eu ganhei observando vocês. Obrigado! Bjs, te amo.
ResponderExcluirXuxu, você não teria o menor problema por aqui então. Já o Malco, tenho dúvidas, rs! Saudades de comer aquela comida vegetariana no centro e conversar sobre a vida com você. Bjs, te amo!
Lu, você com certeza sabe que a fome que eu tenho não é de brincadeira. E, pode ter certeza, um dos pratos que mais sinto saudades, são dos seus. Já pensou em me mandar por sedex algum deles? Hahah... Prima Dona, não sei... Bjs ; )
Tati, vai tranquila que no Canadá não é que nem aqui, pelo menos em relação a batata. Você não terá problemas de peso na volta. Já eu, não posso dizer o mesmo. Lógico que colocarei a cerveja na conta da batata. Obrigado pelo elogio! Será sempre bem-vinda por aqui! Bjs...
HAhahhaha, suas narrativas são impagáveis!! Mas é como disseram, o lado positivo é que vc não vai voltar gordim! =D
ResponderExcluirGrande abraço meu velho!
Felipera, espero que o pessoal esteja certo. Imagina eu voltando gordo e barbudo? Abração, brother!
ResponderExcluirPor ai não tem Mac ?
ResponderExcluirTem, e eu já fui várias vezes, Gus! Sempre lembro de você!
ResponderExcluirUma das tristezas do intercâmbio: chegar em casa e comer a comida que eu mesma fiz.
ResponderExcluirPreguiça de cozinhar só pra gente...
Excluirnoossa, acho que não vou me acostumar com isso D:
ResponderExcluirCom o tempo a gente acostuma, ou quase isso ; )
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