"Cada pessoa que passa em nossa vida, passa sozinha, é porque
cada pessoa é única e nenhuma substitui a outra! Cada pessoa que passa em nossa
vida passa sozinha e não nos deixa só porque deixa um pouco de si e leva um
pouquinho de nós. Essa é a mais bela responsabilidade da vida e a prova de que
as pessoas não se encontram por acaso."
Charles Chaplin
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Antes de vir para a Irlanda, enquanto
ainda me preparava para esta viagem, um dos conselhos que mais ouvi - depois de
"leve uma blusa", e "não precisa ter pressa para voltar"-
foi em relação a "FUGIR DOS BRASILEIROS".
E aqui, cabem inúmeros exemplos dos
jeitos que eles me foram transmitidos. Cada um de acordo com a própria experiência,
conhecimento, opinião própria ou simplesmente da boca pra fora.
Passados quase seis meses aqui, sinto
que tenho base para falar sobre o assunto e dar a minha opinião sobre tal. Não
acredito ser a verdade universal, apenas o meu ponto de vista e o jeito como
resolvi encarar esta situação.
Meu principal objetivo em vir para cá
era aprender e aprimorar a língua inglesa. E, sem dúvida, realizar o sonho
antigo de morar fora, me virar sozinho, crescer, amadurecer, e todo o mais que
sempre repito com quem conversa comigo sobre esta experiência.
Pois bem, se vim para aprender o
INGLÊS, nada melhor do que falar bastante o idioma. Certo? Certo. Mas
relacionar o fato de querer aprender inglês com o fato de menosprezar todos os
brasileiros daqui para mim não faz muito sentido. Afinal, a minha base de
inglês eu conquistei no Brasil, que até onde eu sei, a maioria de sua população
é constituída de brasileiros. Ou estou enganado?
Cabe a você tomar as suas decisões e
resolver o jeito que você vai se organizar aqui. Você não precisa andar apenas
com brasileiros e falar português o dia inteiro, mas não espere ajuda de nenhum
italiano, alemão, espanhol, ou seja o que for a nacionalidade quando você
precisar de ajuda, principalmente relacionada a trabalho. Não que eles sejam
sacanas, eles podem até vir a ajudar, mas essa hora um "irmão
canarinho" vai fazer a diferença.
E outra, como eu vou reclamar dos
brasileiros com o velho papo de estarem em todos os lugares, se eu estou
COLABORANDO para isso no momento? Estariam estas pessoas reclamando de si
próprias sem saber? Santa incoerência.
No começo estamos pilhados para falar
inglês o tempo todo. Nos programamos para falar inglês com os brasileiros, ler
o jornal, ver a televisão, ir para os PUB's para trocar ideia com os
estrangeiros. Porém, observo que com o tempo essa prática perdeu e muito a sua
força. Em minha própria escola, éramos um grupo de franceses, brasileiros,
espanhóis, etc, todos juntos e misturados, mas com o passar do tempo, cada um
meio que seguiu para a sua própria tribo. Eu mesmo ando com muitos brasileiros
aqui, e até moro com eles. Não sei se é a cultura, o jeito, as conversas, o
costume, mas isso não aconteceu só com nós, mas sim com todas estas
nacionalidades que citei acima.
Sim, falei que moro com brasileiros. Outro "conselho" que ouvi muito negativamente, e digo com toda sinceridade que não poderia ser melhor. Nos adaptamos muito bem, temos a nossa programação, e não tivemos problemas de comunicação ou desentendimentos (até o momento). Sucesso! E aí você pode argumentar que o fato de só falamos português em casa pode ser ruim. E aí que eu digo que você está enganado. Morar com estrangeiro pode ser muito legal e pode te beneficiar um pouco neste sentido. Mas até aí dizer que isto é um diferencial para o seu aprendizado, é demais.
Vou para a escola todos os dias pela manhã. Quando estou em casa vejo muita televisão, leio livros e vejo filmes e séries. Procuro combinar alguns rolês com alguns amigos estrangeiros, e conversar bastante na escola para aprimorar. O resultado? Totalmente positivo. Tenho certeza que estou aprimorando muito o meu inglês, mesmo tendo bastante o que aprender ainda. Sinto ele diferente de quando eu cheguei.
Resumidamente, você que está pensado em fazer uma viagem como esta, vai o meu conselho: não ande apenas com brasileiros ou fale português o dia inteiro, porque você poderá viver o tempo que for aqui, e não aprenderá o inglês. Mas, não os despreze. Não seja incoerente com você mesmo. Temos inúmeros meios para o aprendizado, cabe a você traçar o seu objetivo.
Thiago "Tôca" Santos
Muito bom! Eu aprendi inglês no Brasil, nunca morei fora. Por isso, concordo com seus argumentos. O aprendizado depende, acima de tudo, de nós mesmos! Beijos!
ResponderExcluirValeu, Cá! Bjo
ResponderExcluirClap Clap Clap!
ResponderExcluirAssunto em pauta em praticamente qualquer rodinha de brasileiros. Concordo com TUDO! Querendo ou não, aprendi inglês no Brasil e falava portuguÊs em casa, né?
Acho que te vi esses dias!
Valeu, Rick! Sério mesmo, onde? Porque não veio falar comigo? Abs, Man!
ResponderExcluirOi Thiago!
ResponderExcluirCara, gosto muito dos seus posts. Esse pra mim foi o campeão.
Brasileiro reclama de brasileiro, não quer morar com compatriota achando que o gringo vai ensinar. Aham, vai sim.
Eu sou professora de inglês há 8 anos e NUNCA tinha morado fora na minha vida. Meus pais não falam inglês e eu ia pra aula duas vezes por semana. Não só aprendi como me tornei professora. As pessoas tem conceitos muito distorcidos do que é, de fato, morar fora. "Morar fora" não dá fluência pra ninguém.
Parabéns pelo post!
Obrigado pelas palavras, Bárbara. De verdade! E parabéns pelo seu exemplo. Justamente exemplos como o seu me fazem acreditar em cada palavra que escrevi neste post. Bj : )
ResponderExcluirShow brother, valeu as dicas, de novo!
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