quinta-feira, 20 de junho de 2013

Capítulo 32: Leitura (quase) Obrigatória!

Percebo que tem algumas pessoas que querem comentar no meu blog, porém não conseguem devido a restrição de necessariamente precisarem ter uma conta no google para tal. Resolvi tirar esta opção e agora todos podem comentar quando quiserem, apenas terei que autorizar (para evitar spams)

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Ainda no assunto dos últimos acontecimentos do Brasil (fiz uma nota adicional no Capítulo 31), venho compartilhar um texto com vocês indicado pela minha amiga Marília do site Polarizing. O site não tem nada a ver com o manifesto, é apenas para vocês clicarem e conhecerem o trabalho dela. A indicação foi por meio do Facebook mesmo. 

Vale a leitura e a reflexão para quem tiver interesse.

Próximo Capítulo: Paris!

[...]


O brasileiro se levantou contra toda essa corrupção e violência. Um senso de indignação generalizado, de já ter tolerado demais, apanhado demais.
Mas se você foi à manifestação e usa carteirinha de estudante para ter meia-entrada, mas não é estudante, você é parte do problema. Você não tem moral para reclamar da corrupção deste país. O nome disso é hipocrisia.
(Reclame mesmo assim, por favor, porque são dois problemas diferentes.)
Se você joga bituca de cigarro no chão, você trata a cidade como o seu lixo particular. Mas a cidade é de todo mundo. As ruas estão nojentas e a culpa é sua.
A manifestação é contra você.
Ah, você é ciclista, todo orgulhoso de ser sustentável, um carro a menos, menos trânsito e CO2. Você reclama da opressão do carro, mais forte, contra a bicicleta, o mais fraco. Mas você não para no sinal. Não respeita a faixa de pedestres. Você até anda na calçada, tornando-se o opressor do pedestre.
Não se iluda: a manifestação é contra você.
Você leva o cachorro para passear e não recolhe o cocô. Ninguém admite, mas o resultado está aí: nossas calçadas são um mar de merda. Calçada não é a privada do seu totó.
A manifestação é contra você.
Você joga papel no chão, e não faltam desculpas para não fazer o que é certo. Essa merda de prefeitura que não instala lixeiras, né? Ou, saída de estádio, você toma uma cerveja e joga a lata por aí. Ah, todo mundo estava jogando. Depois vem o cara limpar. A responsabilidade não é do estado. É sua. E você, manifestante, não pode se esquivar a ela nos outros 364 dias da sua vida.
A manifestação é contra você.
Você não cumprimenta o porteiro. Você exagera horrivelmente no perfume e invade o nariz do outro. Você dirige bêbado. Você põe um escapamento superbarulhento na sua moto, que dá para ouvir a quarteirões de distância, incomoda todo mundo e compra um capacete que ajuda a isolar o som. Você obriga todo mundo do ônibus a ouvir a sua música. Você suborna o guarda ou qualquer outro serviço público. Ou ainda, você escreve textos como este, apontando o dedo contra delitos que já cometeu ou ainda comete, achando que dedo em riste exime você da responsabilidade.
Você é parte da violência. Você é parte da corrupção. Se você não mudar, o país não vai mudar. Mas não adianta todo mundo apenas demandar que “o poder” conserte as coisas. Quer mudar o país? Não esqueça de mudar a si mesmo, e pagar o preço da mudança, como um adulto.
Então, vai pra rua, que estava na hora. Mas não esquece: a manifestação é contra você.

*Inspirado em um texto lindo e corajoso da Duda Buarque.

2 comentários:

  1. Baita texto...

    Em relação as manifestações (esse comentário cabe mais no último post mas esqueci de fazer lá)

    Eu acho que os turistas, tanto de fora do país, como de dentro, que estão nas cidades-sede para assistir aos jogos da copa não podem sofrer com isso.

    Ontem muita gente que iria pro jogo acabou se machucando no trajeto para o estádio, e não conseguiu ir para o jogo por conta disso.

    Digo isso porque eu vou para um jogo e não quero sofrer nem um tipo de agressão gratuita nele.

    Acho muito massa todas as manifestações e concordo com elas, mas tem coisas que não podemos fazer.

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    1. Muitas coisas não podemos e não devemos fazer. O principal nestas manifestações é gerar consciência no povo, e uma melhor escolha nas próximas eleições. Isso é apenas o primeiro passo. Valeu o comentário, brou!

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