sexta-feira, 12 de julho de 2013

Capítulo 35: Magrela!


"Viver é como andar de bicicleta: é preciso estar em constante movimento para manter o equilíbrio"

Albert Einstein 

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Quando cheguei aqui em Dublin, uma das primeiras impressões que tive foi de como a cidade era pequena, se comparando a São Paulo de onde esta pessoa que vos fala procede. Tudo era novo e o deslumbre se fez presente por alguns vários dias. Andava para lá e para cá, alucinando na arquitetura da cidade, no trânsito do lado contrário e com blusas e mais blusas me protegendo do frio.

Sempre fui um cara definido, porte atlético, resistente... só que ao contrário. Saca? Magrelão, desengonçado, atrapalhado e perdido. No ano anterior a vir para cá eu fiz academia. Juro! Eu sei que parece mentira, mas não é. Para de rir.


Acredito que com a academia e uma cerveja hora ou outra  ganhei um pouco de peso (mais específico na região da barriga). Todavia, quando cheguei aqui e comecei com essas andanças diárias, cheguei a perder 7kg em apenas dois meses. Uou! Já fica a dica pra você que quer emagrecer. Quer perder peso? Pergunte-me como.

Quando me dei conta que estava começando a brincar de sumir, além de comer muito mais com a desculpa de que precisava ganhar massa, cansei de andar. Encheu o saco e eu resolvi começar a pesquisar preço de bicicleta por aqui. Quando olhei o preço das novas, ou das semi-usadas, eu não achei tão ruim a ideia de andar novamente. Mas aí um anúncio em uma fan page no Facebook me fez mudar de ideia, e por 50 euros comprei a magrela de um brasuca que estava indo embora.

Assumo que um dos motivos por eu ter comprado a bicicleta foi por conta que no início do namoro a Fanny morava do outro lado da cidade e caminhar 1h20 para ir e mais 1h30 para voltar (subida leve) perdeu a graça. No dia que comprei a bicicleta e fui na casa dela mostrá-la e fazer a surpresa, quem teve a surpresa fui eu: "Thiago, arrumei um emprego em outra cidade e estou me mudando no final de semana". Que sorte, han? Mas sobre o meu namoro isso será um capítulo adiante.

A partir desse dia comecei a pensar outro jeito de dar mais utilidade para a magrela. Além de ir e voltar para a escola e para o trabalho, queria algo mais. E, agora no verão europeu estou tendo mais oportunidades.


Comprei a bicicleta em janeiro, e o motivo pelo qual paguei barato foi pela falta de dinheiro mesmo, e porque ouvi algumas histórias de que eles costumam roubar muita bicicleta por aqui, ou partes das mesmas quando estacionadas nas ruas. Não queria chamar a atenção. Pena que o freio dela não pensa da mesma forma e o barulho que faz, consigo ter a atenção de todas as pessoas em volta em poucos segundos.

As ciclovias em Dublin são muito boas e tem por toda a parte. Inclusive quando você coloca no Google Maps uma rota de um destino que você deseja realizar, tem a opção de fazê-lo usando apenas a ciclovia. Bem bacana. E eu percebo que - salvas exceções - o pessoal respeita muito o ciclista aqui e vice-versa. As ruas são estreitas e, algumas vezes já me aconteceu de com carros estacionados eu ter de andar no meio da rua e segurar um trânsito de uns 10 carros, inclusive ônibus, etc., sem receber uma só buzina ou um xingamento. Pelo contrário, os carros diminuem a velocidade e te dão preferência. Sensacional!

Nos arredores de Dublin existem várias praias com paisagens incríveis para se conhecer, e bem perto. E é o que estou procurando fazer. Além de praticar um esporte - porque ultimamente estou mais parado que Saci de patinete - aproveito para conhecer mais da Irlanda. E, sim, com isso economizo dinheiro com transporte público. O ônibus e o luas são relativamente caros, mas oferecem um ótimo serviço, então eu não reclamo. Entretanto, se posso poupar essa grana, melhor. 

Uns meses atrás, quando ainda estava aprendendo a pedalar aqui no trânsito, era inverno e lá pelas 16h30 estava escuro. Esqueci de colocar a luz na parte da trás da bicicleta e um carro da polícia me parou. Me fizeram algumas perguntas e me alertaram para o perigo que é andar sem colete ou luz, não apenas para mim, mas especialmente para os carros. Convenci eles para não me multarem, prometendo no dia seguinte comprar estes itens. Apesar da bronca, me mostrou que a galera aqui parece ser mais consciente neste quesito.

Segue um vídeo abaixo, sem edição, curto, do passeio que fiz com a magrela no último sábado. 



Thiago "Tôca" Santos

11 comentários:

  1. Eu ainda nao tive coragem de me pesar, mas eu ja senti a diferenca no espelho. Por outro lados, minhas roupas do brasil estao todas apertando... acho que tenha lavado e elas encolhido..hahaha

    Aqui em Sligo eu furto a bike do meu flatmate, que nao usa nunca, e vira e mexe ando de magrela por ai!

    E eh muito bom!!!!

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    1. Rick, já dizia a célebre frase: "Calorias são pequenos vermes inescrupulosos que vivem nos guarda-roupas, e que a noite ficam costurando e apertando as roupas das pessoas".

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  2. Ai, que delícia!
    Vontade de pedalar por aí!
    Bjs

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  3. Admiro quem anda de bike aqui.

    Eu tenho muito medo de andar de bike na rua... só andava de bicicleta no parque Villa Lobos - mal sei atravessar a rua do lado certo aqui! RISOS

    Não dá um medinho/culpa de segurar o trânsito dos carros?

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    1. Bá, no começo até ficava meio assim, mas hoje em dia vi que é normal. Com o tempo você ganha mais confiança aqui no trânsito ;)

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  4. Não perdi 1g em Dublin, mesmo andando alguns kilometros por dia nos primeiros meses... puta mundo injusto!

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    1. E eu quero engordar. Nunca estamos satisfeitos mesmos, hahah!

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  5. Que voz!

    ueahueheua

    Massa a dica da bike, vai pra minha lista de dicas.

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    1. Se quiser fazer negócio, troco 4 bicicletas desmontadas por uma montada. Anima?

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