quarta-feira, 24 de julho de 2013

Capítulo 37: Hannover

"Fortuna, fama, tudo podes perder, mas a felicidade do coração, ainda que por vezes esteja obscurecida, torna a vir enquanto viveres. Enquanto puderes erguer os olhos para o céu, sem medo, saberás que tem o coração puro e isto significa felicidade"

Anne Frank

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Acabou que o tempo passou e eu fiquei devendo um capítulo referente à Hannover, na Alemanha. Por ironia do destino, e por uma mancada gigante de uma pessoa (há males que vem para o bem), eu e o meu irmão acabamos as pressas visitando nossos familiares e amigos neste cidade na Alemanha, logo após Londres. Passamos cinco dias por lá e eu posso falar agora que pela primeira vez na minha vida senti algo diferente, senti realmente estar no primeiro mundo, senti o que é pisar na terra do chucrute. Calma, sem malícia com esse "sentir" e com o "chucrute" pessoal. 

Primeiramente (não usarei segundamente depois) quero deixar aqui mais uma vez registrado o meu muito obrigado à todos na Alemanha, que mais do que parentes, são reais amigos. Mostraram toda cordialidade, atenção e receptividade possíveis as quais, como disse aos meus pais, terei sempre comigo na lembrança e espero poder usá-las como exemplos quando for o anfitrião futuramente. 

Pronto, se você está lendo até aqui, você já passou da parte "não me interessa", caro leitor. Mas para mim era importante. Enfim, vamos a cidade propriamente dita. 


Hannover é a capital e a maior cidade do estado alemão da Baixa Saxônia, está localizada nas margens do Rio Leine e é a cidade que apresenta a maior área de exposições e feiras no mundo. 

Sempre ouvi falar que cidades ou países que já passaram por guerras e se reergueram das mesmas têm um clima diferente e uma força de união exemplares. E eu pude perceber isso em Hannover. Nunca antes na história da minha vida havia estado em uma cidade que fora completamente destruída por uma guerra, ainda mais a Segunda Guerra Mundial. É incrível você pensar isso, afinal parando para analisar a História do mundo, a última grande guerra é recente e ainda estudamos e vemos muitos vestígios deixados por esta. No centro da cidade está localizada a Prefeitura, e além de proporcionar uma vista absurdamente fantástica da cidade, na parte inferior existem quatro gigantes maquetes que apresentam Hannover pré-guerra, durante a guerra, pós guerra e atualmente, com sua modernidade. Belo trabalho, que valeu ter sido apreciado. Perto desta Prefeitura, existe também uma famosa igreja que foi mantida com o resultado causado pela guerra, sendo ponto de visitação por parte dos turistas, e acredito eu, ponto de memória dos cidadãos locais. 

Tive o privilégio de, pela primeira vez também, visitar um campo de concentração. E, caso você ainda não tenha visitado, a atmosfera é indescritível. Um silêncio barulhento. Um silêncio doído. Um silêncio de vergonha pela história. E, para completar o ciclo de visitas da Anne Frank - pois estive em Amsterdam no Anexo que a família permaneceu por dois anos - este campo de concentração, de nome "Bergen-Belsen", foi o local que ela e sua irmã Margot Frank morreram em 1945. 


Me referi a Alemanha como primeiro mundo porque lá você não vê papel na rua, ninguém atravessa no semáforo vermelho (comprovei isso!), todos falam no mínimo três línguas desde o berço, atenciosos, povo que paga por impostos mas vê o resultado no dia a dia, além de muito mais. Não é à toa que eles estão um passo a frente dos demais países na Europa. E isso que não fui a outros lugares, como Berlin, Frankfurt, etc. 

Ah, também teve um detalhe interessante. Na Alemanha a terceira faixa dos carros na estrada na teoria tem um limite de velocidade, mas na prática não. Ou seja, 160 a 190 km/h é relativamente normal. Imagina o cagaço cuidado que eu não estava olhando no velocímetro a cada dois minutos? 

Para completar, eu e o meu irmão tivemos a honra de conhecer a cidade a qual se originou a Família Heine, tendo contato com primos, parentes e amigos de nossos avós e pais. Até a casa que meu bisavô construiu estava lá. Inclusive na foto abaixo você observa meu irmão Nuno já de olho na herança, lógico... 


Mais um país e mais uma cidade que entram para o currículo desta viagem, além de muito aprendizado.

Thiago "Heine" Santos

9 comentários:

  1. Uow! Que massa!

    Entao, acreedito que perguntar sobre a sua cidadania alema seja bobagem, mas e ai...vc ja tem, ta correndo atras?

    Abraco!

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    1. Grande, Rick! Seria sensacional se eu tivesse e me ajudaria muito por aqui. Mas o problema é que a distância entre as gerações é muito grande :(

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  2. Muito bom Thiagão! Foi uma das melhores viagens que já fiz, com problemas no inicio e no final ahehahehahe, mas como você mesmo escreveu "há males que vem para o bem". Fica com Deus mano. Saudades! Abração, Nuno.

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    1. Valeu, Português! Sem dúvida essa viagem ficará na história! E foi melhor do que o esperado, sem dúvida. Bjs Man, saudades, fique com Deus!

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  3. Gostei do relato!
    Muito bem escrito!
    Bjs

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  4. Ah, a Alemanha... tenho muita vontade de conhecer! que país incrível!

    Eu ia perguntar da cidadania, mas o Rick já perguntou antes e você já respondeu...

    O quê mais você conheceu na Alemanha?

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    1. Pois é, Bá! Infelizmente a cidadania é difícil. Então, eu conheci Hannover e os arredores de lá (algumas cidades vizinhas). Vale muito a pena. Alemanha é a definição de primeiro mundo!

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  5. Eu me apaixonei por Berlin e gostaria de voltar a Alemanha para conhecer outros lugares.
    Se puder visitar Auschwitz, vá! Este silêncio barulhento ecoou na minha mente por meses após a visita.

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